sábado, 29 de setembro de 2007

A P R E N D E N D O A J O G A R

No momento presente estamos vivendo os momentos mágicos da nossa reconexão... E reconexão significa estar diante de um novo universo de probabilidades, pré existentes, num padrão de novos sistemas de visão e oportunidades. Deixar que nossa consciência, na fase do seu despertar, se mova, como num jogo de xadrez, com inteligência, perspicácia e fluidez.

Estamos, inexoravelmente, diante de uma realidade insuspeita, e temos que seguir adiante, seja lá qual desafio tenhamos de enfrentar/confrontar, confiantes na luz, e atentos aos sinais que a Vida coloca diante de cada um de nós, de forma particular. Pode ser que a vida nos fale através do canto dos pássaros, dos circulos coloridos ao redor do Sol, ou dos ventos enfurecidos arrancando tudo à sua passagem. Precisamos estar atentos sim ao que a Vida quer de Nossa Presença, aqui e agora, como expressão evolutiva da consciência na forma, na matéria. Com um sentimento de plena existência...
Vivemos experiências após experiencias, sem termos tempo para uma elaboração maior, como estávamos acostumados a fazer com os acontecimentos e circunstâncias cotidianas; agora tudo é muito rápido, acelerado, mutável, e isto produz uma instabilidade, uma insegurança, o que acaba gerando muita confusão e desorientação geral. Precisamos estar o suficientemente ancorados no aspecto realidade, porque é justamente nela, apenas nela - matéria/forma - Terra, que está a transcendência que tanto necessitamos realizar em nós. É na realidade, no aqui e no agora, que existe a possibilidade de realizarmos este realinhamento de consciência/luz, e da criação da Paz Ea Paz vem realmente como resultado deste encontro absoluto e alquímico de consciências e humanidades. Mas para isto, temos que trabalhar, a maiorida das vezes em campos adversos, porem já dentro desta proteção e alegria com que a nova consciência nos brinda. E cada vez que um de nós atinge esta frequencia da energia de Paz, desencadeia um processo de pacificação maior, que envolve a todos.
Precisamos nos manter flexiveis, adaptáveis e sintonizados com as novas energias que chegam ao planeta. Temos que perceber que tudo está se reconectando rapidamente, e que todas as situações pelas quais passamos são experiencias nos enriquecendo, nos preparendo para o grande momento de conecção com a fonte da vida universal que existe dentro de cada um de nós.
Os imprevistos chegam sem aviso prévio, e temos que estar preparados internamente para este momento de mudanças. E não há nenhuma receita pré-pronta. porque o novo está em todas as partes, inculcando o eterno vir-a-ser.

Não podemos alimentar a ideia de que poderiamos ter feito diferente, de outra forma, tudo o que fizemos, porque de nada nos serviria agora. Deixemos que os mortos enterrem seus mortos enquanto seguimos o caminho dos vivos. que nos aponta a capacidade de fazer brotar de nós, de nossos coração, uma Nova Terra.

E, diante do desconhecido, do grande mistério, tenhamos a certeza de que o Amor e a Paz pulsando em nossos corações será a proteção sempre presente, na qual podemos confiar, e que é a origem da nossa Vida.

Estamos agora num dos momentos de maior tensão, a reação do obscuro diante da plena Luz que anuncia mudanças que envolvem maiores sistemas de organização material, espiritual, numa abrangência galáctica. Velhas formas do pensamento estão sendo dissolvidas pela instabilidade geral de todos os sistemas de apoio do velho modelo, e assim poderemos nos mover com mais libertade, e adaptando-nos de acordo com o que nos exige a realidade do momento, da energia.

Para receber a nova informação é primeiro necessário liberar espaços, eliminar todo conteúdo obsoleto, inutil. Este processo certamente envolve medos, culpas, angustias e confusão diante do novo, diante do incerto.

Quando não souber aonde ir, fique imóvel, busque sua Luz, se ficar indeciso quanto a atitudes a tomar, não haja, busque sua luz. Se não conseguir realizar projetos que elaborou aguarde para realizar em outro momento de maior fluidez. Sabemos que ter calma e paciencia nem sempre é facil ainda mais quando sentimos a urgencia do momento! E conhecemos a nossa disposição em servir.

O processo da ancoragem das novas energias não é estabelecido dentro do nosso calendario e conceito de tempo. Este é um tempo de preparação, escolhas, e organização dos equipamentos necessários ao novo destino que vamos cumprir no planeta. Enquanto isto sucede, vemos nitidamente ao nosso redor como as velhas energias lutam entre si por espaços de poder... Últimos extertores da nossa civilização e cultura!

Muitas situações caóticas vindo à tona, os medos arraigados, as violencias reprimidas sem terem sido removidas as causas, todo tipo de enfermidade, fisica, emocional, mental, e social marcam o cenário dos nossos noticiarios mundiais. Os sistemas de crenças baseados no medo e na opressão, estão caindo no vazio do sem sentido, e isto nos diz a passagem de Plutão por Sagitario. Mas o fanatismo ainda move peças deste jogo cruel onde suicidas assassinam criando os ‘"paraisos infernais" E os lideres entregam os filhos das mulheres á matança da guerra como um exercicio matinal.

Estamos no momento exato e delicado do desmonte de todos os sistemas operacionais que funcionavam na mecanica repetitiva do circulo fechado. Até até mesmo o Sol, o Grande Circulo de Fogo, doador de vida no sistema, hoje com sua explosões, cria outro ritmo e uma frequência inusual E que modelo de estabilidade e segurança pode ser criado diante disto, a não ser o da consciencia do impermanente?

A contaminação ambiental, ‘"quando as águas de repente ficam sujas" (Gil), a degradação das sociedades, a queda dos velhos mitos criados para manipulação e opressão, um por um, estão caindo por terra, e a maioria não sabe aonde se agarrar. Mas alguns conscientes de todo processo estão, pouco a pouco, silenciosamente, construindo a possibilidade de um novo mundo, nova forma de pensar e ser, de entender a realidade, fisica, humana, social e planetária. Lentamente, e as vezes de forma brusca, a Nova Terra vai emergindo do fundo oceânico do caos, do inconsciente das massas humanas que buscam a paz e luz. Já vemos seu contorno delineando-se na nossa certeza.

Magnificas energias estelares, como a de 27 de dezembro de 2005, que mergulhou o pensamento cientifico na mais absoluta surpresa, nos apontam a realidade de que a Terra, pouco a pouco, e tudo que nela vive e evolui, está entrando na nova frequencia da luz/consciência. E no futuro que hoje podemos construir com nossas próprias mãos, será realizado o sonho de Amor, de Paz e de União, num mundo que sempre viveu na memoria e no sonho humano : um planeta feliz ! Uma Terra sem Males.

Loreta Rodrigues (Sãndhya).

Artículo original para su publicación en Portal Conciencia Diamante.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A Mudança das Idades começou

As antigas profecias prevêem isto. As tradições indígenas honram isto. As mudanças dentro da Terra estão afetando os nossos padrões de sono, relacionamentos , a habilidade de regular o nosso sistema imunológico e a nossa percepção de tempo. Você está vivendo um processo de iniciação que foi demonstrado a mais de dois anos atrás, preparando-o para a tremenda mudança dentro de seu corpo Esta mudança está acontecendo agora.

*enxaquecas, cansaço
* Sensações elétricas nas pernas e na coluna espinhal
* Cãimbras nas redes nervosas
* Sintomas tipo gripe
* Sonhos intensos.
* O corpo humano se tornará mais sensível devido às novas vibrações
* A ressonância da Terra (Ressonância de Schumann ) tem sido de 7.8Hz por milhares de anos e desde 1980 tem subido para mais de 12Hz. Isto significa que agora 16 horas são equivalentes a um dia de 24 horas. O tempo está se acelerando!
* O corpo físico já começou a mudar. Um novo corpo de luz está sendo
criado.
* O nosso DNA está sendo reprogramado do Universo (como previsto na Profecia Maia). Estamos indo de um DNA de 2 cadeias de volta para um DNA de 12 cadeias.
* Habilidades intuitivas e curativas maiores emergirão. Cada anos destes aumentará 10 dobraduras.
* Os olhos se tornarão do tipo dos gatos para se ajustar a nova atmosfera e luz.
* Todas as crianças nascidas a partir de 1998 provavelmente já serão telepáticas ao nascerem.
* Todas as pragas dos anos 90, inclusive a AIDS acabarão.



domingo, 23 de setembro de 2007

A Vida Simbolica

A vida de grandes personagens espirituais – e pode haver alguns em campos que normalmente não são associados com a espiritualidade – incluindo aos homens de estado- são, verdadeiramente, rituaiisticas. Todo acontecimento importante nestas vidas deve ser entendido como um ato ritualístico, cujo carater arquetípico pode ser revelado à consciência capaz de ver através dos atos existenciais, e de perceber o lugar que estes fatores ocupam dentro da vida da pessoa considerada como um todo significativo. A vida é significativa porque leva à pessoa individual, e seu entorno socio-cultural. a uma relação que corresponde claramente a uma necessidade evolutiva ou histórica da raça humana. Quanto mais básica seja esta necessidade, e mais importante seja a função do grande personagem, mais perceptivel será o carater arquetípico dos acontecimentos de sua vida.

Nas vidas dos seres humanos que foram acertadamente chamados Avatares ou Manifestação Divina -homens como Buda Gautama, Jesus Cristo, Baha’u’1llah, e inclusive São Francisco de Assis –cada acontecimento tem um significado simbólico de acordo com o carater especial destas pessoas que fecundaram a mente coletivas e despertaram a Vontade-de-transformação e transcendência em milhões de pessoas. Suas vidas eram rituais, no sentido de que qualquer que tenham sido seus feitos biográficos superficiais, todos os sucessos importantes tiveram uma significação ‘transpessoal’ como fases específicas de um processo que se desenvolve de acordo com principios estruturais, cósmicos e aeônicos.

Podemos acreditar que cada movimento, em tais vidas ritualisticas, estava preordenado – como se relata que disse Jesus, “para poder levar a cumprimento as Escrituras”. Porém temos que ter cuidado ao definir o significado que damos ao termo preordenado. A “ordem” não é uma imposição de fora, um modelo colocado a força sobre uma pessoa individual –isto é o que normalmente se entende como ‘destino’. O Avatar não é um individuo no sentido ordinário do ego. É a ordem que, de maneira ritualistica, dá estrutura ao periodo de duração da vida de seu corpo, e determina a função e o significado de suas respostas às ações e ao pensamento-sentimento de sua comunidade. É a encarnação de um principio de atividade, uma qualidade de ser, determinada impessoalmente – ou melhor, transpessoalmente –pelas necessidades de seu tempo. Em um sentido todavia mais amplo, o que ele É e o que Faz constitui numa resposta espontânea, super instintiva às necessidades da natureza humana quando chega o tempo de se render diante do poder transformador da evolução cíclica – ou, como alguns dirão, da Vontade de Deus.

Nos homens inferiores, quase sempre se acha em evidência um conflito entre a ordem transpessoal –seu destino- e as reações de uma vontade-ego pessoal que responde a tendências biológicas e psiquicas. Sem dúvida, nos grandes personagens espirituais, o que resulta deste conflito –as tentações de Jesus – por exemplo, ou a desgraça inicial de Buda ao ensinar aos outros o que havia experimentado – toma formas que são arquetípicas em si mesmas, ou seja, são manifestações características da verdadeira natureza do homem genérico, Homo Sapiens, quando se enfrenta com a possibilidade de converter-se, de maneira consciente, em algo além do que é como espécie da biosfera terrestre. Os acontecimentos que se relacionam com estes conflitos internos, ou tentações, são “simbolicos”. Cada ser humano pode experimentá-los em circunstâncias análogas,

No começo deste livro discutí a diferença entre os atos e os simbolos. Devemos sempre tratar com os atos, como elementos de experiência real, pessoal e coletiva. Porém não devemos deter-nos a perceber, registrar, associar e classificar estas atitudes. Podemos passar, através delas, a um nivel de percepção e entendimento no qual uma multidão de atos podem ser diretamente (não meramente, de forma intelectual) referidos a um número relativamente pequeno de arquétipos.

Estes processo ‘transfactuais’ da intuição, e em uma etapa mais perfeita, da mente iluminada, permitem aà consciência captar o significado essencial de todos os atos e, particularmente, dos acontecimentos da vida humana, dedicados ao processo de trasformação. Este tipo de vida auto-dedicada é especialmente transparente de significação. Os fatos que preenchem os anos da vida são ‘translúcidos’ : permitem a luz da significação passar através deles. A vida é uma ‘vida simbólica’.

Essencialmente, todas as vidas são simbólicas, e um ou outro grau. Os acontecimentos externos revelam seu propósito e função à mente capaz de ir mais além das aparências e de intuir a ordem subjacente e o significado do conjunto como um todo. Se todo o universo é uma ‘teofonia’ – uma manifestação da Harmonia e do Poder Divinos – então, cada ser humano é, potencialmente, uma manifestação de um aspecto particular da Alma que buscou encarnar-se em um momento concreto para assim estabelecer uma relação específica com condições prevalecentes, alí e então. E é ou pode ser uma ‘hierofanía’ - literalmente, uma manifestação ‘sagrada’.

Se escreveu muito concernente ao reino do sagrado em contraste com o profano. O livro de Mircea Elíade “O sagrado e o Profano” é particularmente célebre, porém sua análise do tempo sofrem da incapacidade dos pensadores ocidentais para diferenciar adequadamente entre a estrutura arquetípica de um ciclo, e os sucessos existenciais que levam a duração da vida de dito ciclo. A estrutura genérica de, por exemplo, La Lila, e o lugar significativo que ocupa na biosfera são revitalizadas cada primavera, porém cada lila particular que floresce cada ano não é a mesma flor que apareceu no ano anterior, ou que aparecerá no próximo ano. Existe identidade arquetípica, porém há diferenças existenciais. A estrutura essencial pode retornar de maneira cíclica, porém os atos reais nunca são os mesmois. Existem infinitas soluções possiveis ao problema fundamental da existência.

Viver uma vida simbólica é viver uma vida transpessoal, uma vida na qual cada acontecimento pode referir-se a um arquétipo, e portanto, adquirir um carater ‘sagrado’ O que chamamos mito é uma sequência de sucessos claramente encarnados em séries arquetípicas de fases que se referem a processos fundamentais da vida, incluindo o processo de metamorfose que encerra uma mudança radical de nivel, ou mutação. A vida de um Gautama ou de um Jesus é um mito. Através dos sucessos reais de que fala a tradição – e estes não tem por que ser necessariamente ‘verdadeiros’, falando de maneira existencial – o carater sagrado do mito é claramente perceptivel. Quando o grande personagem Baha ‘u’llah. A quem seus seguidores consideravam uma manifestação divina, o Avatar de uma Nova Era da evolução do homem, foi arrojado a uma profunda e negra cisterna quase sem ar, com pesadas cadeias de ferro ao redor dos pés, em meio de uns cento e cinquenta criminosos, isto tem um significado profundamente simbólico. Ele que a este calabouço subterrâneo chegou mediante tres empinadas escadas e que ainda se achava neste terrivel estado, durante quatro meses, quando ( filho do ministro do governador da Persia) recebeu a revelação interna de sua missão no mundo sob a forma de uma ‘donzela’ que lhe trouxe à consciência “ a recordação do nome do meu Senhor’ (suas próprias palavras) são acontecimentos todos cheios de significação simbólica. Estes foram atos ‘sagrados’ , como foi a crucificação de Jesus, porque trazem a mente, daquele que é capaz de percebê-los através dos trágicos acontecimentos, a descoberta do que estes atos significam para a raça humana durante o ciclo histórico do qual eles fizeram um ‘prelúdio’. *

Os historiadores hoje em dia, proclamam que frequentemente é impossivel conhecer aonde acabam os acontecimentos ‘reais’ e começa o mito. Porém os acontecimentos existenciais do passado tem significado para nós, hoje em dia, só na medida em que podemos descubrir os principios arquetípicos da operação que estão encarnados em suas inter-relações.

A crucificação de Jesus, vista como um acontecimento sagrado ou mito, trás a luz reveladora sobre o significado de toda Era Pisciniana que se acha a ponto de finalizar. A vida de Buda ilumina o desenvolvimento da civilização da maior parte da Asia desde o ano 6oo A.C. – inclusive onde o Budismo foi repudiado. e as atitudes religiosas da antiga India foram coroadas por um aumento de intenso fervor devocional (cultos de bhakti) foram compensadas pela impessoalidade super-objetiva de muitos dos seguidores de Buda. E, hoje em dia, 2.500 anos depois,ao começo de uma das ‘quatro estações’ dentro do vasto ciclo de 10 000 anos que parece relacionar-se com a aparição de Buda, muitos jovens americanos e europeus estão sendo re-sensibilizados ao chamado, ainda vibrante do grandeMeditador, o que despertou.

O tipo de história que agora se ensina na maioria das nossas universidades é uma busca fundamental carente de sentido. Trata dos detalhes minuciosos de acontecimentos estritamente profanos e recusa admitir a existência de modelos estruturais e cíclicos do desenvolvimento coletivo ‘orgânico’ e a decadência das sociedades. Porque, como aponta Arnold Toynbee em seu monumental Estudo da História, as sociedades humanas e suas culturas são orgânicas e cíclicas, e seu estudo deve implicar a intenção de revelar o mito que encarnam. Qualquer mito significativo deve, certamente, encontrar-se com acontecimentos existenciais, porém os atos são só a matéria prima da qual deve emergir o significado.. Sem uma emergência de tal arquétipo extraido do existencial, a vida não tem sentido e está vazia, para não dizer que é “absurda” – para utilizar um termo muito querido pelos chamados pensadores existencialistas cujas mentes estão prisioneiras no caótico e no profano.

O significado da astrologia é que pode transformar o profano em sagrado, os acontecimentos da astronomia na revelação de uma ordem cósmica manifestada na célula e na pessoa humana,ao mesmo tempo em que no sistema solar, na galaxia. Tratar de fazer da astrologia uma ‘ciência’ baseada em fatos empíricos e nas estatisticas é degenerar sua natureza antiga e essencial. A Astrologia trata do mito do Céu. Os elementos que utiliza são arquétipos. Portanto, viver a própria vida de acordo com a mensagem revelada implicita simbólicamente na própria carta natal é viver uma vida de acordo com o carater ‘sagrado’ da existência. Não quer dizer sentir-se oprimido pelos maus aspectos ou alegre pelos bons. Não significa evitar uma confrontação com os acontecimentos existenciais e escapar em sonhos fantasticos ou transcendência pseudo-oculta. Requer, em troca, que a vida seja vivida estritamente sobre as bases do não escapismo, - ou seja, uma atitude de aceitação do que é, porem um “é” que se mantem transparente ante ‘o eterno’.

Porém, as palavras ‘eternidade’ e ‘eterno’ foram feitas para referir-se a um escape das mentes possuidas pelo impulso desesperado de transcender as compulções biológicas e intelectuais, da mesma forma que o nirvana, em seu sentido mais popular, foi igualado com o conceito de negação e aniquilação. Estas perversões estão na raiz das mais profundas tragédias que agora estamos experimentando enquanto raça humana. Uma eternidade é um ciclo completo de tempo. A consciência que possa perceber coisas e acontecimentos em sua natureza eterna é a que vê cada coisa que ocorre como algo relacionado de um modo definido a uma fase concreta de algum vasto ciclo, maior ou menor, de existência.

É sobre a base deste tipo de atitude diante da vida, onde o estudo dos simbolos sabianos e sua possivel utilização, tem realmente sentido. Não proclamo que esta série ciclica de 360 simbolos seja uma expressão completamente adequada de principios arquetípicos universais. O que simplesmente digo é que sob as condições em que se obteve os simbolos, e o tempo em que se obteve, o conjunto possui um significado fora do comum e bastante surpreendente. Seu estudo e sua aplicação podem muito bem conduzir a uma revelação de valores que contem potencia transformadora. Conduz a dita revelação só quando uma pessoa se aproxima deles em um adequado espirito filosófico e com uma aguda sensibilidade a possibilidade, sempre presente, de descobrir o ‘eterno’ no nucleo do particular, e o sagrado sob as formas efemeras do profano.

Nossa sociedade ocidental, sendo testemunha da desintegração das grandes Imagens que uma vez deram valor arquetípico a seus empreendimentos, comumente trágicos, e a suas fanáticas cruzadas e revoluções, se encontra hipnotizada, hoje em dia, pelas caóticas contingências de um modo de vida coletivo quase que totalmente profano. As referências aos valores arquetípicos são ridicularizadas por nossa intelectualidade ainda medieval e, com frequencia, muito antiquada. Sem dúvida, durante os últimos anos surgiu um remarcavel interesse polo que se considera valores ‘eternos’ e através de muita técnicas de transformação pessoal e transpessoal, um número crescente de individuos estão tentando, a miúde de forma desesperada, reestruturar vidas inconexas e desconectadas dos santuarios, agora profanos, de vida interna do homem. Seus intentos são, normalmente, um ingênuo ‘retorno as origens’ – um retorno ao que eles confiam se parecerá ao espirito criativo original de nossa sociedade, ou inclusive de sociedades mais antigas, antes de que aparecessem as perversões.

Isto é algo maravilhoso, ainda que seja caótico e confuso. Porém os principios arquetípicos nao tem que ser descobertos voltando a um passado mítico e sagrado. O ‘eterno’ está aqui; o ciclo – o Aeon – nos rodeia. Vivemos dentro dele. Da mesma forma que o espaço da galaxia ocupa cada célula de nosso corpo. Não tem que ser buscado em mundos superiores ou distantes, idealizados. Não existem diferenças essenciais entre o sagrado e o profano, o simbólico e o real, o nirvana e o samsara. O que se diferencia é sim nossa atitude diante dos acontecimentos, sejam internos ou externos. O que devemos mudar é nosso marco de referência – e evitar aceitar ou recusar crer em qualquer marco de referência, é Ter, todavia, um negativo.

O ateu que nega a existencia de Deus simplesmente afirma o contrário. Tudo é uma questão de atitude interna. Para a consciência que descobriu a existência dos ciclos, e que é capaz de passar do profano ao sagrado, todo o conjunto da vida acaba imbuido da magia da eternidade. Cada acontecimento é aceito como uma fase necessária no processo ritual da existencia, irradiando em qualquer momento a significação e a paz interna que brota da segurança de saber-se a si mesmo como parte essencial e operativa de um vasto ciclo completo

Esta é a vida simbólica. É também a vida da sabedoria, porque ser sabio é conhecer, com um conhecimento impacável, que o Todo se está realizando a cada momento a través e dentro de cada ato da vida, uma vez que a vida, iluminada por um amor, que não seja possessivo, se fundamenta na certeza de que a ordem, a beleza, o intercambio ritmico e a harmonia dos opostos sempre –compensados, estão presentes aqui e agora, indestrutivelmente.

Extraído e traduzido do livro “Un Mandala Astrologico” de Dane Rudhyar.


* Baha’u’lla nasceu no Teera, no amanhecer de 12 de novembro de 1817.Quando morreu seu pai, vinte e dois anos depois, recusou assumir sua posição governamental. Casou com a causa de Bab, aos vinte e oito anos, o que o levou á prisão. O Bab era um jovem persa (descendente de Maomé) que em 1844 proclamou o final do ciclo do Islam e anunciou a chegada de um grande personagem que abriria uma ‘nova era’. Bab foi executado e os seus seguidores foram torturados e assassinados.